Foi inaugurada na manhã de 29 de novembro de 2021, na Universidade Federal de Sergipe, a sétima Cátedra Camões no Brasil e 55ª no mundo. Dedicada ao desenvolvimento de iniciativas científicas e culturais sobre o século 18 no Brasil e em Portugal, a cátedra inaugurada em Sergipe tem como seu patrono a figura do estadista português conhecido como Marquês de Pombal.
Dedicada ao desenvolvimento de iniciativas científicas e culturais sobre o século 18 no Brasil e em Portugal, a Cátedra Camões na Universidade Federal de Sergipe tem como seu patrono a figura do estadista português conhecido como Marquês de Pombal. A Cátedra veio inaugurar ou aprimorar uma série de possibilidades de cooperação entre a UFS e outras universidades e pesquisadores, a exemplo das obras completas do Marquês de Pombal, que serão publicadas pela Editora UFS, do Dicionário Global das Religiões, em fase final de preparação, e do já publicado Dicionário dos Antis: a cultura brasileira em negativo.
A inauguração da Cátedra em Sergipe contou ainda com a participação do Cônsul-Geral de Portugal em Salvador, Dr. Jorge Fonseca, da Diretora do Camões - Centro Cultural Português em Brasília, senhora Alexandra Pinho, e do professor José Anderson Nascimento, representando a Academia Sergipana de Letras e a Secretaria de Educação do Estado de Sergipe. O evento foi aberto com um recital de viola caipira apresentado por Fabiano Zanin, violonista e professor do Departamento de Música da UFS.
A Cátedra contribui para “a afirmação da UFS como uma instituição de excelência no panorama internacional, com pesquisas de ponta na área da História, da Literatura, da Linguística”. É o que explica o professor José Eduardo Franco, da Universidade Aberta de Portugal, que veio a Sergipe para a inauguração da Cátedra
Criadas com o objetivo de revelar a língua portuguesa como um idioma de Ciência e de Cultura, as Cátedras Camões têm, ao redor do mundo, homenageado grandes nomes da literatura lusófona. Eça de Queiroz, José Saramago, Antônio Vieira, dentre outros, figuram como alguns de seus patronos. Agora, contudo, uma Cátedra Camões homenageia um personagem que se destacou pelo fez em prol dessa mesma língua. Professor José Eduardo Franco explica:
“Marquês de Pombal teve um papel importante no quadro da reforma da língua portuguesa e na sua imposição como língua única no território brasileiro, que permite compreender aquilo que o Brasil é hoje, como país a falar uma só língua, e também a importância que tem para a afirmação de uma literatura onde se consubstanciou um diálogo entre o universo da língua portuguesa”.
Vídeo realizado no âmbito do projeto Pombalia (CLEPUL-FLUL/FCT/Cátedra Marquês de Pombal-Instituto Camões-UFS) Direção do projeto: José Eduardo Franco, Pedro Calafate, Viriato Soromenho-Marques Produção, coordenação e texto: Paula Carreira, Luiz Eduardo Oliveira, Bernardes Franco Imagem, realização e edição: Bernardes Franco
A genealogia de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), 1.º conde de Oeiras (1759) e 1.º marquês de Pombal (1770), Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1756) e depois dos Negócios do Reino (1756-1777), suscitou desde muito cedo o interesse dos historiadores, tendo havido da parte de alguns a tendência para lhe procurar origens obscuras que não correspondem à verdade. O futuro valido de D. José I era, de facto, oriundo de uma família fidalga, ainda que não de primeira nobreza, e na qual se encontram diversos militares e magistrados, nomeadamente desembargadores do paço e da Casa da Suplicação, um dos quais instituidor de um morgado que Carvalho e Melo veio a herdar. Numa estratégia que era habitual na aristocracia, casou sucessivamente com duas pessoas do seu grupo social – Teresa Maria de Noronha, sobrinha do conde dos Arcos, e Leonor Ernestina, condessa de Daun – e teve idêntico procedimento face aos matrimónios dos filhos. Dele descendem várias famílias nobres, nomeadamente as de Rio Maior, Saldanha e S. Paio, para além, evidentemente, da de Pombal. Com base em fontes diversas e em estudos recentes, elaborou-se este quadro genealógico que possibilita uma visão panorâmica quer dos antepassados quer dos descendentes de uma das figuras mais marcantes do século XVIII português.
Este roteiro crono-biográfico de Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), 1.º conde de Oeiras (1759) e 1.º marquês de Pombal (1770), Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1756) e depois dos Negócios do Reino (1756-1777), percorre as mais de oito décadas de vida pública, mas igualmente privada daquele que foi um uma das figuras mais marcantes do século XVIII português. Uma aturada investigação permitiu trazer à luz do dia dados desconhecidos ou menos conhecidos e precisar datas que suscitavam alguma dúvida.
Atendendo a que a memória do estadista persiste no coletivo nacional, entendeu avançar-se cronologicamente quase até aos nossos dias, contemplando aspetos tão diversos como as várias trasladações dos seus restos mortais e as inaugurações de monumentos evocativos da sua figura. Sebastião José surge, assim, integrado no seu tempo mas igualmente num tempo longo que nunca deixou de o relembrar.